Workshop "Malnutrição Associada à Doença"
Enquadramento
A malnutrição associada à doença, como sinónimo de
desnutrição, caracteriza-se pela impossibilidade em atingir as necessidades
nutricionais através da alimentação habitual diária, afeta todas as faixas
etárias e associa-se a diversas patologias. De acordo com a atual definição da
ESPEN (European Society for Clinical Nutrition and Metabolism), a malnutrição
“define-se como um estado resultante da falta de ingestão ou absorção de
nutrientes que leva à alteração da composição corporal (diminuição da massa muscular)
e massa celular corporal, levando à diminuição da função motora e cognitiva e
ao comprometimento da evolução da condição clínica”.
Sendo um estado de insuficiente ingestão
alimentar/nutricional, resulta na perda de peso não intencional, de massa e
força muscular, associada ao prolongamento do período de internamento
hospitalar, ao aumento do número de reinternamentos, a um pior resultado no
desenvolvimento da doença, ao aumento de complicações, ao comprometimento da
eficácia de terapêuticas farmacológicas e procedimentos cirúrgicos, ao aumento
da mortalidade e diminuição da qualidade de vida. As consequências da
malnutrição incluem, também, o comprometimento do sistema imunitário com
aumento do número de infeções associadas, o aumento do risco de quedas e
fraturas, a perda de mobilidade e consequentemente perda de autonomia e
independência.
A nível europeu a malnutrição afeta, em média, 1 em 4
adultos hospitalizados, sendo que se estima que em Portugal 2 em cada 4 adultos
hospitalizados (cerca de 410 mil adultos internados), estejam malnutridos ou em
risco de malnutrição, sendo o dobro da média Europeia.
A malnutrição é reversível e pode ser prevenida.
Existe evidencia científica suficiente para concluir que os
cuidados nutricionais nos hospitais são custo-efetivos, e que a um maior risco
nutricional correspondem piores resultados, estadias hospitalares mais longas e
custos acrescidos. Existe um impacto económico da malnutrição associada a
doença nos hospitais, e pouca consciência da sua amplitude.
A melhor forma de evitar tais disfunções, e gerar eficiência
e valor na utilização dos recursos, é investir na prevenção da malnutrição,
principalmente na população reconhecidamente em risco. Ao nível dos cuidados de
saúde primários e dos cuidados na comunidade, existe ainda um vasto caminho a
percorrer. Por um lado, na identificação do risco e da malnutrição propriamente
dita. Por outro lado, na acessibilidade à adequada suplementação nutricional
quando clinicamente necessária, e na dotação de suficientes nutricionistas.
Sendo certo que a maioria das leis fundamentais dos países desenvolvidos consagra o direito à saúde, a comunidade científica da área da nutrição clínica viu-se obrigada a redigir e proclamar a “Declaração de Viena”, para alertar para a necessidade de assegurar o direito a cuidados nutricionais, sem o que não existirá plena e verdadeiramente direito à saúde.
Destinatários
Médicos, nutricionistas, enfermeiros, gestores e todos os profissionais de saúde ou outros que tenham interesse em participar.
Programa
O programa contará com dois especialistas, que trarão a sua
visão sobre alguns temas essenciais:
11h00-12h30
- Impacto
do risco nutricional nos outcomes clínicos – importância do rastreio
nutricional nos hospitais;
- Impacto
económico do Risco Nutricional – apresentação de estudo de RWE na ULS
Santo António;
- Gestão do continuum de cuidados nutricionais – oportunidade de integração de cuidados nas ULS.
Aníbal Marinho, Diretor Serviço Medicina
Intensiva da ULS Santo António; Presidente APNEP (Associação Portuguesa
de Nutrição Entérica e Parentérica) Membro do Council da ESPEN (European
Society of Parenteral and Enteral Nutrition)
Ana Craveiro, Administradora Hospitalar da ULS
Santo António, Porto
Intervenientes
Ana Craveiro
OradoresAníbal Marinho
OradoresCondições e Inscrições
Nota importante:
- O número de inscrições é limitado à capacidade da sala.
- O Formato do seminário é exclusivamente presencial.
Localização
Auditório do Edifício Tomé Pires
INFARMED - Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, I.P.
Parque de Saúde de Lisboa - Avenida do Brasil, 53
1749-004 Lisboa - Portugal
Caso se desloque de carro, notamos que o acesso de veículos é apenas possível pela Rua das Murtas (coordenadas GPS: 38°45'29.4"N 9°08'52.9"W).
Autocarros da Carris nº.s: 206-717-731-735-750-755-767-783
Estação de metro: Alvalade
Parceiros